quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

A Reunião de Família




Todos os anos a mesma treta. Seja pelo Natal, Páscoa ou aniversário de alguém, a família junta-se toda. Espectáculo, que coisa mai linda ! Chega aquela altura em que temos de aturar aquelas velhas horríveis que por incrível que pareça, são parte integrante da nossa árvore genealógica (muito provavelmente as raízes, de tão velhas que são). Muitas vezes até moram perto de nós ou até mesmo na nossa rua, o que torna tudo mais difícil já que temos de controlar as suas entradas e saídas de modo a jamais darmos de caras com ela, é tipo quando olhamos directamente para o Sol, só que pior. Atender os telefones de casa e numeros privados no telemóvel está fora de questão, caso contrário e se for aquele familiar distante, corremos o risco de passar 2h ao telefone onde só usamos palavras monossilábicas do tipo sim, não, pois ou han han; ao pé deles, os gajos das sondagens telefónicas são autênticos santos. Quando somos pequenos , a tradição do  Aperta a bochecha dá cabo da paciência a qualquer um. Pensamos sempre que pró ano ela já não vai fazer isso, mas por incrível que pareça, o estupor da velha deve ser sádica ó cara***, e rapidamente nos apercebemos que até ao último dos nossos dias, ela vai continuar a tradição. Isso juntamente com o cheiro a mofo ou a bafio ou o raio que as parta, dá cabo de um gajo, e a menos que tenhamos um ben-u-ron a jeito, vamos ficar com dores de cabeça 3 dias seguidos. Não percebo, será que elas dormem dentro dos armários ?! Eu guardo roupa no  armário durante 2 anos e não atinge aquele nível de radioactividade. Já fui a funerais onde o morto cheirava 10 vezes melhor que a jararaca velha. Partindo do príncipio que sobrevivemos ao impacto do cheiro e não desmaiámos com a dor do apertão de bochecha, só restam apenas algumas horas para o dia de tortura acabar. Os nossos familiares distantes são diferentes das outras pessoas, pois segundo creio, vêm com GPS integrado de origem, ou seja, por mais voltas que a gente dê, eles acabam sempre por nos encontrar e nos bombardear com perguntas completamente cretinas e inacreditávelmente ridículas do tipo "já namorais com alguma cachopa, já?" ou "Já tendes uns pintelhos nas beiças, já és um homenzinho", ou mesmo que não façam perguntas indiscretas, dão-nos mais um apertão na bochecha que até andamos de lado. Depois chega a refeição. Um conselho aos mais jovens: comam tudo o que conseguirem ANTES deles entrarem, porque depois não vão conseguir comer. E não vão conseguir devido a um fenómeno popular muito comum entre os mais velhos, a que eu chamo de boca de con*, por estes só terem lábios e não terem dentes. É muito difícil ter uma refeição com uma pessoa que passa metade do tempo a tentar manter a dentadura dentro da boca , e a outra metade a tentar acertar com os talheres na comida. Basicamente é o mesmo que ter relações sexuais com um leproso , ou temos muito cuidadinho, ou acabamos por ficar com algo a mais nas nossas mãos. Para tornar a coisa menos nojenta e para nos distraírmos, podemos jogar o jogo do Adivinha quantos comprimidos tem a avó ?, sendo que um palpite algures entre os 16 e os 24 normalmente tem grandes chances de ganhar. Depois do jantar, vem a tão esperada altura em que recebemos a prenda dos nossos familiares distantes. Com o passar dos anos a coisa só piora, cada vez nos toca menos papel. Resta-nos esperar que eles batam as botas e com um bocado de sorte tenham posto o nosso nome na herança, que deve ser bastante grande, tendo em conta as ninharias que nos davam nos anos e no natal, devem ter poupado à brava. Sim, porque estamos a falar de pessoas tão sumíticas e agarradas ao dinheiro que são capazes de usar o papel higiénico dos dois lados para limpar o cú e só puxam o autoclismo ao fim do dia. Não nos podemos sentir mal quando eles patinam e nos deixam algum graveto, pois basicamente, é a maneira deles dizerem "pa desculpa lá oh miudo, ter-te apertado as bochechas durante aqueles anos todos, ficas aí com uns tostões para comprares um rajá".

4 comentários:

  1. Coitados dos velhotes, também vais lá chegar e imagina tu o teu Gabriel estar a escrever um post destes sobre ti daqui uns anos,lol, é dramático não é????Pois é meu amigo não há elixir da juventude e quando lá chegares vais te lembrar destas minhas palavras sábias, e vais dizer para ti próprio,( fogo aquela gaja que me gastava a bateria do telemóvel afinal tinha razão)ahahahhahahahaahahaha:P

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  2. bem corrijo o meu erro, a bateria do telefone,ahahahahahahahaha

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  3. Quando lá chegar não me vou importar porque já passei por isto tudo e será a minha vez de apertar as bochechas aos miudos! Alias, já ando a treinar para quando chegar a altura ser um autêntico profissional do apertão bochechal . .

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  4. Afinal também vais apertar a bochecha,ahahahahhaha

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